Análise do Canal Non Retail: tendências para 2022

O que esperar para o mercado Non-Retail no Brasil nos próximos anos?

Essa é a dúvida que vem rondando a cabeça de muitos empresários do mercado farmacêutico. Na verdade, todo setor de atividades econômicas no Brasil está ansioso para as mudanças e retomada do mercado pós-pandemia.

Não é novidade que a pandemia trouxe diversas mudanças para todos os setores no mundo. Agora, a retomada e o crescimento são os verdadeiros desafios para os próximos anos.

Desafios esses que o setor farmacêutico iniciou apresentando bons resultados.

Esses resultados promissores também refletem no mercado non-retail no Brasil, que teve um forte crescimento de 16,3%, com destaque para o setor privado que cresceu acima da média do mercado, apresentando 29% de aumento.

Para quem nunca ouviu falar sobre o non-retail, ele é um setor dentro do mercado de saúde responsável pelo consumo e venda de medicamentos e insumos hospitalares junto ao setor institucional, como hospitais, clínicas, unidades de saúde pública e privadas.

Os números de 2021 são muito expressivos e promissores, principalmente quando levamos em consideração que a pandemia ainda não acabou e o mercado não voltou 100%.

Pode até parecer simples atender às necessidades do segmento, principalmente comparado ao setor farmacêutico, com mais de 70 mil estabelecimentos distribuídos em todo território nacional. Mas a verdade é que o mercado non-retail é complexo e apresenta inúmeras peculiaridades que fazem com que as indústrias tenham grandes desafios para suas estratégias de negócio.

Qual é o maior desafio do canal Non-Retail no Brasil?

Muitos afirmam ser a compra e o abastecimento. Alguns têm a certeza de que é o gerenciamento da operação de forma rápida e flexível. Já outros, encontram problemas no controle de preço e condições comerciais.

Certamente, todos esses e muitos outros fatores representam grandes problemas para o canal non-retail.

Acontece que, quando falamos desse mercado não há apenas um desafio. Essa é uma cadeia complexa e sensível que está toda interligada, ou seja, basta algum tipo de falha em qualquer ponto da relação para que toda essa cadeia seja impactada.

Entre as principais dores encontradas no mercado estão:

  • Precisão de abastecimento nível de serviço;
  • Logística e transporte de medicamentos que necessitam de refrigeração;
  • Processo de compras para licitação/leilão reverso;
  • Consultores especializados para vendas técnicas;
  • Logística reversa para entrega e coleta de insumos e equipamentos;
  • Procedimentos para atendimento a tratamento de alto custo.

Como se não bastassem todos esses desafios, os últimos 2 anos de pandemia da Covid-19, trouxeram outros fatores importantes que alteram a dinâmica do mercado e afetaram alguns resultados desse setor:

Cirurgia eletiva

Cerca de 3 milhões de cirurgias eletivas deixaram de ser realizadas ou adiadas no Brasil em 2020, em função da pandemia. Dados do Conselho Federal de Medicina (CFM indicam que procedimentos simples como a cirurgia de catarata, hérnia, vesícula, varizes e postectomia estão entre os mais afetados.

Procedimentos ambulatoriais

Dados do Ministério da Saúde indicam que o número de procedimentos médicos ambulatoriais, em 2020, também foi afetado (41,6 mm). Em 2021, já no 1º semestre, foram realizados cerca de 50 milhões de procedimentos médicos ambulatoriais eletivos, 20% a mais em comparação ao mesmo período do ano passado. No entanto, quando comparados aos primeiros seis meses de 2019, ano anterior à pandemia, os resultados ainda figuram queda de 14%.

Desabastecimento

Em um estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgias Cardiovasculares (SBCCV), mais de 60 mil brasileiros estão na fila de espera por atendimento cardiológico devido à falta de insumos. A pesquisa, realizada a partir de relatos de 27 hospitais de nove estados brasileiros, constatou que 52% dos serviços de cirurgia cardiovascular já apresentam problemas graves de desabastecimento.

Adiamentos

Uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) junto a seus associados com objetivo de entender os impactos da Covid-19 no Brasil mostrou que mais de 74% dos entrevistados informaram que tiveram um ou mais pacientes que interromperam ou adiaram o tratamento por mais de um mês durante a pandemia.

Estudo semelhante realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontou que os tratamentos cirúrgicos para a incontinência urinária caíram 60% em 2020, em relação ao ano anterior.

As pesquisas mostram que, embora, em 2021, o cenário esteja muito mais favorável, casos de maior complexidade como as cirurgias oncológicas, ainda registram queda muito acentuada.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), entre março e dezembro do ano passado, sete de dez cirurgias não foram realizadas. No caso dos pacientes oncológicos, um dos grandes problemas foi a falta de diagnóstico.

Na fase mais aguda da pandemia em 2020, houve redução de 47% na realização de mamografias e de 46,3% dos diagnósticos de câncer colorretal. Vale ressaltar que muitas dessas pessoas, ainda hoje, não voltaram a procurar atendimento.

Os motivos não se limitam apenas ao receio da população. Outros fatores, segundo o SindHosp, também repercutiram negativamente: maior utilização da estrutura hospitalar para atendimento da Covid, escassez de materiais e pessoal, afastamento de profissionais por problemas de saúde.

Viu só? A pandemia impactou muito a dinâmica de atendimento do setor non-retail, mas isso não pode ser visto apenas de maneira negativa. Ao contrário, devemos encarar as circunstâncias também como oportunidades. Apesar das incertezas e dificuldades, o decorrer do ano nos permitiu uma boa dose de otimismo.

Foco na execução de estratégias

Esse é um canal que já apresentava inúmero desafios. A pandemia apenas acentuou ainda mais o que não caminhava tão bem. Dessa forma, o setor farmacêutico foi desafiado a buscar saídas por meio de ajustes, gestão eficiente e criatividade para manter o mercado fortalecido.

Uma retomada rápida dos exames, cirurgias eletivas e diagnósticos, em meio a um cenário de pandemia, tem movimentado o setor e exigido precisão nas estratégias e execução das ações de vendas, marketing e serviço.

O mercado já iniciou o processo de recuperação. A economia está realmente indicando uma retomada do crescimento, mesmo que a passos lentos.

Porém, sejamos cautelosos! Não sabemos ainda se tudo vai voltar a ser como era antes. O mercado teve que se adaptar durante a pandemia, novos modelos para atendimento das necessidades foram criados e tendem a permanecer no cenário pós-pandemia.

Nossos desafios foram acrescentados àqueles que já existiam, como:

  • Novos modelos de atendimento não presencial;
  • Crescimento de demanda fora do calendário;
  • Alta Competitividade de preços;
  • Cenário econômico: câmbio, juros e inflação.

Por fim, queremos deixar uma dica valiosa para lidar com todo esse cenário pós-pandemia. Ter o parceiro certo, fará toda diferença para o seu negócio.

Se tem algo que a pandemia mostrou para todos os setores da economia é que, quando não conseguimos atender a uma demanda, nossos concorrentes crescem, pois farão de tudo para atender.

Por isso, ter o parceiro certo para otimizar os processos e atender quaisquer demandas é fundamental para o sucesso do negócio.

A InterPlayers, com 20 anos de expertise no mercado e HUB de negócios de saúde e bem-estar,  é especialista em atender as necessidades dos pacientes, desde o diagnóstico, até o melhor suporte para aquisição da medicação, seja ela de baixa ou alta complexidade.

Somos pessoas cuidando de pessoas, com integração e tecnologia, para levar mais resultados para a indústria e benefícios para os pacientes.

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