A parceria da InterPlayers com diferentes empresas de tecnologia permitiu a sua entrada no mundo dos medicamentos especiais para hospitais e clínicas.
A longevidade da população não se dá somente pelo aumento da quantidade de idosos, mas também pela preservação da vida em momentos delicados quando uma doença complexa é diagnosticada. Há menos de 50 anos, muitas mortes ocorriam sem que houvesse uma possibilidade de tratamento ou de melhoria da qualidade de vida.
Nesse curto espaço de tempo, pesquisadores desenvolveram novos tipos de fármacos, dentre eles os conhecidos como “medicamentos de alto valor agregado” ou “medicamentos de dispensação excepcional”, destinados a diversos tipos de patologias cuja incidência é menos frequente na população, por serem doenças raras. Segundo o Ministério da Saúde, doença rara é aquela que acomete 1 pessoa a cada 1.500 indivíduos.
O câncer de mama é considerado uma doença rara das mais comuns entre as mulheres brasileiras. Não é à toa que, ano após ano, são realizadas campanhas de conscientização sobre a doença, como o Outubro Rosa. Outro dado importante sobre o câncer de mama é que em 1 a cada 5 mulheres, o tumor tende a crescer e se espalhar de forma mais agressiva.
O mercado deste tipo de medicamentos é chamado de “non-retail” e também engloba produtos de alto custo que são requeridos por hospitais e clínicas em regime de urgência, requerendo processo logístico e atenção customizada.
Este segmento diferencia-se do segmento “retail”, no qual estão enquadradas doenças que atingem grande contingente de pessoas, como por exemplo a pressão alta, diabetes e colesterol. Segundo o Atlas produzido pela Federação Internacional de Diabetes com dados de mais de cem países, quase 500 mil pessoas entre 20 e 79 anos são acometidas por essa doença. Pela sua grande demanda, os preços desses medicamentos são mais acessíveis pela população e são encontrados nas milhares de farmácias do país.
Até a primeira década dos anos 2000, o segmento de saúde focava seus esforços nos produtos “retail”, e a Interplayers tinha suas soluções focadas neste mercado. Ciente da mudança que era demonstrada naquele momento, o grupo elegeu o segmento “non-retail” como uma das suas prioridades e passou a incluir hospitais e clínicas no rol das empresas contempladas. A partir daí, o mercado “non-retail” passou a fazer parte da história da InterPlayers
Capítulo 2: a chegada de novos players
Enquanto a InterPlayers consolidava cada vez mais sua posição no mercado “retail” por meio da plataforma de marketplace B2B Pharmalink, a Oria Capital, investidora em empresas de tecnologia, definia seus próximos passos. À época, os sócios da Ória, Paulo Caputo e Jorge Steffens, pretendiam ampliar a atuação da empresa apostando em soluções de TI para saúde. A InterPlayers já chamava atenção por sua posição no mercado e isso despertou o interesse da investidora. No fim daquele ano, a Oria Capital se juntou à InterPlayers, e Paulo e Jorge se tornaram sócios do futuro hub de negócios da saúde e bem-estar, estabelecendo a sua primeira onda.
“Queríamos investir na parte de logística pela importância que tem na cadeia de valor da saúde, sempre procurando soluções SaaS que fizessem um produto chegar ao seu destino de forma mais rápida, mais barata e mais segura. E a InterPlayers apareceu com um modelo de rede inovador e único”, comenta Paulo.
Da concorrência à integração
A consolidação da segunda onda da InterPlayers aconteceu no momento em que o futuro hub deu um passo importante no plano de se tornar um fornecedor completo de soluções para toda cadeia de negócios da saúde. Já de olho no mercado “non-retail”, a InterPlayers adquiriu a Entire Technology Partners. José Ricardo Ferreira, sócio-fundador da Entire relembra a história:
“Naquele ano, a InterPlayers tinha, até então, um marketplace B2B, o Pharmalink. E a Entire tinha uma plataforma customizada para cada indústria, diferentemente da proposta da InterPlayers. Quando passamos a integrar a organização, a plataforma foi direcionada para o ‘non-retail’ disponibilizando para o mercado um modelo altamente adaptável às especificidades de cada produto e a assim, a InterPlayers passou a atuar em um segmento que até então não atuava fortemente”.
José Ricardo ressalta, no entanto, que, apesar de serem vistas como concorrentes, as empresas sempre coexistiram de forma pacífica. “Até porque existia uma diferença na forma de trabalhar de cada empresa”. A Entire era mais voltada para tecnologia, tendo na personalização de suas soluções seu ponto forte enquanto a InterPlayers adotava um modelo mais escalável suportado por soluções e serviços complementares mais adequados para o “retail”.
Foi essa complementaridade que fez com que as empresas unissem forças. Cada uma tinha algo que a outra precisava. Então nada melhor que juntar tudo em uma coisa só! José Ricardo relembra o momento em começaram as negociações de compra:
Após a compra da Entire, a InterPlayers se aproximou, também, da ECS, empresa focada no desenvolvimento de software, Supply e BI. Em 2015, a ECS passou a integrar a InterPlayers e criou um portfólio especializado de serviços Data & Analytics para o mercado farmacêutico.
Um modelo em constante evolução
Neste período, a Interplayers investiu continuamente na evolução da plataforma e na identificação de serviços complementares para serem agregados, promovendo sua inserção no HUB, tornando-a mais flexível e adequada, pronta para atender as peculiaridades deste complexo e tão especializado segmento.
O HUB de Negócios Interplayers foi concebido sob três pilares. O primeiro deles é o Marketing Orientation que prega a observação constante das demandas e tendências do mercado. Foi ele que possibilitou antever o futuro do “non-retail”. Outro é Business Platform que possibilita a integração diversos serviços na concepção 5.0, onde tecnologia e know how se complementam, como se fossem peças de um grande lego, com possibilidades ilimitadas de combinações e finalmente o Strategic Partnership que possibilita a participação de especialistas em todo o processo.
Nessa esteira, as soluções advindas da Entire se integraram ao Analytics da ECS para proporcionar visões complementares para este segmento, proporcionando uma visibilidade aderente à complexidade e velocidade requeridas pelo “non-retail”.
Existe a teoria que pequenos acontecimentos são capazes de gerar consequências enormes. Um “sim” pode mudar a trajetória de qualquer pessoa, por exemplo. No caso da Entre, o “sim” dito a InterPlayers acabou desencadeando acontecimentos significativos na história das empresas.
O Strategic Partnership possibilitou que José Ricardo, com sua larga experiência em “non-retail”, fundador da DNA Specialty passasse a integrar o HUB. Hoje a InterPlayers se configura como um hub de negócios da saúde e bem-estar porque, em 20 anos de história, novos atores ganharam espaço trazendo novas ideias fazendo com que o Inter + Players fosse expressa de forma tão efetiva.